Mel da Caatinga Conquista o Mundo e Valoriza o Sertão Nordestino

Entre as plantas espinhosas da Caatinga, um ouro líquido vem transformando a vida de centenas de famílias do semiárido: o mel orgânico da Caatinga, hoje exportado para países como Alemanha, França, Estados Unidos e Japão.

Com apoio de cooperativas locais, do Sebrae e de programas do governo federal, pequenos produtores do Sertão de Pernambuco e Rio Grande do Norte estão conquistando o mercado com um produto diferenciado: mel com sabor único, aroma floral e origem 100% sustentável.

“A abelha aqui não precisa de flor cultivada. Ela visita as plantas nativas da Caatinga, que têm um néctar exclusivo. Isso dá ao nosso mel um valor agregado altíssimo”, explica o apicultor Antônio Batista, de Serra Talhada.

O projeto tem impacto direto na preservação do bioma, já que a apicultura não exige desmatamento. Ao contrário: incentiva a conservação da vegetação nativa, uma vez que as abelhas precisam de flores silvestres para produzir.

Hoje, o mel da Caatinga está presente em redes gourmet e empórios finos, com selo de Indicação Geográfica (IG), agregando valor e reconhecimento internacional.

Carne com Carbono Negativo? Família em MT Mostra que É Possível Produzir e Preservar

No município de Nova Canaã do Norte (MT), a família Wolf tem revolucionado a produção agropecuária ao adotar o sistema ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta). Com ele, é possível criar gado, plantar soja, milho e arroz, além de reflorestar áreas com eucalipto.

Os resultados são surpreendentes: aumento da produtividade, recuperação do solo, renda extra com madeira e até a captação de carbono, que compensa as emissões da pecuária. O modelo é tão eficaz que será destaque brasileiro na COP30, em Belém (PA).

“Produzimos mais, poluímos menos e ainda geramos renda com sustentabilidade”, diz Neri Wolf.

O resultado prático é impressionante. Em média, são criadas até 12 cabeças de gado por hectare, enquanto a média do Estado é inferior a uma por hectare. As árvores ajudam a recompor o solo e a capturar carbono da atmosfera, neutralizando as emissões do rebanho.

O modelo da família Wolf será um dos casos brasileiros apresentados na COP30, a conferência da ONU sobre o clima que acontecerá em Belém, no Pará, em novembro de 2025. Técnicos da Embrapa confirmaram que a fazenda é um exemplo real de carne com carbono negativo — uma promessa realista e necessária para um agro mais sustentável.

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